Afinal, o que é psicanálise?

A psicanálise é um termo criado por Sigmund Freud, para nomear um método de investigação da mente e seu funcionamento, e nomeia também um sistema teórico sobre a vivência e os comportamentos humanos. E, principalmente é um método psicoterapêutico que se propõe à compreensão e análise do homem, enquanto sujeito do inconsciente.

O termo psicanálise é muitas vezes confundido com psicoterapia e mesmo com psicologia. Para entendermos melhor precisamos saber que psicologia é uma ciência que se dedica a estudar o comportamento e os processos mentais, e a psicoterapia seria o uso clínico do conhecimento obtido por ela, ou seja, o trabalho terapêutico baseado no conhecimento adquirido pela psicologia.  Já a psicanálise, enquanto uso clínico refere-se à forma de psicoterapia que se desenvolveu a partir nas teorias das teorias freudianas; assim a psicanálise é uma entre muitas outras formas de psicoterapia.

Apesar de ser uma teoria da personalidade e um procedimento terapêutico, a psicanálise influenciou muitas outras correntes de pensamento e disciplinas das diversas ciências humanas, produzindo uma base teórica para a compreensão da ética, da moralidade e da cultura.

Sendo o único método a reivindicar o inconsciente e a sexualidade como os dois grandes pilares da subjetividade humana, a psicanálise, é o nome de um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro método e, considerando o desenvolvimento dessa técnica, podemos assim acrescentar a possibilidade de tratamento para as neuroses, psicoses e perversões.

O termo neurose, na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose ou distúrbio neurótico e refere-se a qualquer transtorno mental que, embora possa causar sofrimento, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional do indivíduo. Já a psicose é um quadro patológico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico alterado, no qual se verifica “certa perda de contato com a realidade”, levando o sujeito a organizar-se em torno da idéia de alienação e da perda da razão. A perversão distinguiu-se da neurose e da psicose como modo de funcionamento e de organização defensiva do aparelho psíquico.
Entretanto, a respeito de  qualquer das patologias, precisamos ficar atentos aos conceitos de normalidade e anormalidade, pois estes estão sempre em constante mudança.

O termo psicopatologia foi utilizado, no fim do século XIX, pela medicina, psicologia, psiquiatria e psicanálise, para designar os sofrimentos da alma, pois assim eram chamados os distúrbios do psiquismo humano. Na atualidade, podemos dizer que a psicoterapia lida com a subjetividade humana, isto é, com um mundo interno que é resultado das experiências nas relações familiares e com a vida e acima de tudo, de como sentimos essas experiências. Cada um de nós sente a realidade, os outros e a si próprio de uma maneira peculiar, baseado principalmente nessas vivências precoces. Não se trata do que aconteceu, mas sim de como foi sentida essa experiência. Essa forma de perceber o mundo geralmente é inconsciente e influencia as nossas vidas afetando as relações pessoais, sociais, assim como a vida profissional. A pretensão da psicoterapia psicanalítica não é sugerir a mudança de vida do indivíduo, mas sim indicar os motivos inconscientes e o sentido de seus sintomas, para que possa se sentir mais consciente e mais forte para poder realizar suas escolhas e modificar aquilo que desejar.